quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Ministério e a Teologia da Cruz de Cristo

     Quais são as principais bases e fontes ministeriais da atualidade?Quais os principais caminhos percorridos pelos que aspiram ao ministério? Quais os modelos que norteiam aqueles que ministram? Quais os valores que norteiam o seu ministério?
     Se fossemos perguntar, todos diriam: “A Bíblia dirige nosso ministério”. Quantos ministros você conhece que balizaram seu ministério no ministério de Isaias, de Jeremias, de Moisés, Elias, Jesus, Paulo, e outros? A palavra de Deus foi trocada por ministérios de sucesso como o de Rick Warren que tem servido de modelo e inspiração em quase todas as denominações evangélicas do mundo que, acabam por seguir cegamente seu livro: “Uma Igreja com Propósitos” abandonando os princípios da fé e abraçando princípios de marketing. Essas novas ênfases como a igreja em células do Pr Paul Young Choo, a igreja de Willow Creek Community Church (perto de Chicago), pastoreada por Bill Hybels, e Saddleback Valley Church (ao sul de Los Angeles) pastoreada por Rick Warren; as redes de ministérios, o ministério digital e outros, foram a base de novas disciplinas no estudo da eclesiologia - Crescimento de Igrejas, administração, psicologia e sociologia eclesiástica, liderança avançada, e estudos econômicos voltados para o crescimento da Igreja, etc... Dentre as mais recentes inovações visando estratégias de crescimento estão as Mega-Igrejas nos EUA, com salas de boliche, quadras de basquete, salões de ginástica e sauna, espaços para guardar equipamentos, auditórios para concertos e produções teatrais, franquias do McDonalds, tudo para o progresso do Evangelho. Será que o ministério se rendeu aos encantos do mundo? Será que ao tentar dar um nova roupagem para o evangelho não descaracterizou-se a mensagem? A vestimenta tornou-se mais importante que a pessoa? Será que diante das inovações eclesiológicas e ministeriais existe outra opção? Sim. A teologia da Cruz.
     A teologia da Cruz nasce da pena de Lutero. Sua intenção era confrontar a “Teologia da Glória”. A teologia da glória é a teologia cognitiva, que busca conhecer pelas suas obras invisíveis e se esquece da revelação e da manifestação visível de Deus: A cruz. “O teólogo da glória vê Deus em toda parte” (LOEWENICH 1988:17) Essa é a atual base dos ministérios: Deus pode estar em toda parte e se manifestar de qualquer modo, atuando de qualquer maneira. Mas isso não é verdade bíblica. Embora Deus possua o poder de se manifestar de qualquer modo, local ou maneira, etc... Ele não o quer. Existe uma forma de ministério que atende a vontade de Deus. Existem muitas possibilidades de revelação, mas Deus escolheu apenas uma. Não temos autorização para abandonar a revelação de Deus e escolher outras revelações, ainda que Bíblicas. Existe uma forma pela qual Deus quer ser conhecido, e essa forma é a Cruz. A cruz é o real centro do ministério. Todas as outras ênfases são ilusórias, superficiais e de certa forma, anti-cristãs. A Teologia da glória afasta o homem de Deus, deturpa seu ministério e destrói a igreja. Faz com que os anseios da igreja, sua vida e ministério percam o rumo da cruz. A cruz está sendo substituída em todas as igrejas. Outros centros de revelação estão tomando seu lugar.
     A Cruz é a maior prova que não há ministério nem conhecimento humanos sobre Deus. O que a Cruz nos apresenta? Vergonha, Privação, Morte, Sofrimento, Fraqueza, a Cruz não apresenta nada de divino. Ninguém procura Deus nesses lugares. Assim, Deus escolheu o lugar onde ninguém o procura para se revelar. Não adianta conhecer o Deus de Poder e Glória se o ministério não acontecer na baixeza e no opróbrio da Cruz. A Cruz é o centro da Revelação, do Evangelho e por conseguinte, da Igreja.
     O Ministério Sob a Cruz. Viver cristão é um viver sob a cruz e toda teologia é teologia sob a cruz. A teologia da Glória vive a contemplação e a vida sob a cruz lança o ministro no campo da desição e fé. Dessa forma a Cruz de Cristo e a Cruz do Cristão formam uma unidade “cada um tome sua cruz e siga-me”. Ser crucificado com Cristo é o objetivo maior do ministério e da Igreja. Todavia o real sentido da cruz foi trocado por outro mais “suave”. Nosso objetivo único como ministros é proclamar a vontade de Deus e essa vontade se realiza exclusivamente na Cruz.